Educadores do Arte na Casa discutem relações de gênero com coletivo ‘Atuadoras’

28 out

Educadores do projeto Arte na Casa, que a Ação Educativa e outras organizações parceiras realizam nas Unidades da Fundação Casa (SP) participaram na última sexta-feira, dia 24 de outubro, de uma formação sobre questões de gênero com o coletivo Atuadoras.

O objetivo do encontro foi promover, junto com os educadores, uma reflexão sobre as relações entre homens e mulheres e a sociedade, para que estas questões estejam presentes nos planejamentos de aula das oficinas. “Uma das preocupações do projeto Arte na casa é considerar a experiência de vida de cada pessoa. E pensar as relações entre homens e mulheres é valorizar a experiência de cada um e cada uma”, afirma a atuadora Maysa Lepique.

Para Gildean “Panikinho”, coordenador de área do projeto, os educadores agora ficam com a missão de levar esta reflexão para cada unidade. “Precisamos construir estas questões nas modalidades e formatos artísticos”, diz. “Mais do que isso, temos o papel de não reproduzir estas desigualdades e opressões nas relações de gênero no nosso fazer artístico”, afirma Fernanda Nascimento, também coordenadora de área.

“A oportunidade de nos encontrarmos para compartilharmos experiências e visões com foco na questão de gênero sempre se revela muito enriquecedora. Ainda mais em se tratando de um encontro com arte-educadores da Fundação Casa. O próximo projeto das Atuadoras “Das Grades às ruas” consiste justamente em dar visibilidade para as questões das mulheres e meninas encarceradas e com isso propor/pautar uma discussão na cidade sobre nossas formas de punir, e como pensar o sistema prisional com recorte de gênero”, conta a atuadora Daniele Ricieri.

“O desafio é colocar este tema não só nos conteúdos, mas na experiência das oficinas”, afirma Rodrigo Medeiros, coordenador técnico do projeto. “Precisamos refletir, por exemplo, porque é diferente trabalhar nas unidades femininas, perceber e relatar estas diferenças”, diz.

“É o inicio de uma bela parceria: podemos colaborar com o nossa visão sobre a diferença entre os gêneros e podemos aprender muito com a experiência destes artistas e educadores com a população encarcerada”, afirma Daniele.

As Atuadoras voltarão a realizar encontros com os educadores e farão apresentações da peça “Mulher a vida inteira” nas unidades femininas do projeto.

Por Michelle Prazeres

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